30 maio 2017

Trabalho

Até hoje não superei minha demissão, em diversas partes do meu cérebro pairam perguntas "se eu tivesse feito diferente, ou se tivesse percebido que estava doente..."

Ao mesmo tempo que asseguro minha total responsabilidade pelo ocorrido, sei que houveram algumas pessoas que incentivaram minha saída, afinal eu era a melhor vendedora do setor, se não fosse por bons motivos teria emprego forever, mas houveram pessoas que me ajudaram a me sentir pior que bunda cagada, porém só me dou conta disso anos depois, não sei se meu brilho e minha prepotência em iguais partes também fizeram a queda, afinal sabemos, e é bíblico... que o orgulho precede a queda, e me arrependo amargamente de algumas atitudes tão infantis, mas que me pareciam tão importantes na época, como mijar no meu território, isso me custou a fama de "difícil" - isso porque sou mulher, se fosse homem seria ambicioso a palavra correta...

Apesar de todo esse preâmbulo, alguns personagens ficaram marcados, quem trabalha em grandes empresas sabe como "funciona"alguns processos de passar por cima dos outros a qualquer custo, em alguns anos eu tive ideias roubadas, projetos reduzidos a bosta, clientes realmente maus e de repente, como um dente cariado que enfiamos toda a hora a lingua no buraco, minha mente procura as razões e não razões para os acontecimentos terem sido tão desastrosos, após esse acontecimento não consegui até hoje reaver uma ínfima parte da minha confiança, acho quase milagroso estar trabalhando (e dando algum resultado) mas é inegável que ainda não colou, todos os dias quero que cole, DESEJO LOUCAMENTE que eu reaja profissionalmente, que consiga vender grandes pacotes e aí vem um medo um pavor, uma voz que diz que se fosse boa como imaginava que não teria sido demitida.

Alguns dias sei que isso é mentira, noutros é tão real que paralisa.





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